Esta música foi criada durante o período pandémico da Covid-19. A sua composição tem como objetivo refletir sobre a determinação da humanidade em superar a agressão da pandemia, bem como refletir sobre a agressão contínua que a natureza tem sofrido e que nos está a fazer chegar a um ponto sem retorno.
"Tudo começa agora" pretende transmitir um desejo de recomeço, um renascer das cinzas, uma busca por uma consciência renovada.
Quero deixar aqui expressa a minha gratidão aos talentosos músicos e amigos que participam nesta gravação, a todos o meu muito obrigado pela forma como ajudaram a definir a sonoridade de cada tema e o som final desta gravação.
Dedico este álbum à memória dos meus pais, Maria e Manuel.
released September 1, 2023
TUDO COMEÇA AGORA
Composição - Carlos Peninha
Arranjos de cordas (1,3,6,9) - Manuel Maio
Carlos Peninha – Guitarra elétrica (Electric guitar)
Luísa Vieira – Flauta transversal (Flute)
Rodrigo Neves – Saxofone alto e soprano (Alto and Soprano Sax)
Miguel Ângelo – Contrabaixo (Double Bass)
Leandro Leonet - Bateria (Drums)
Manuel Maio – Violino acústico e elétrico (Violin) (1,3,6,7,9)
Vincent Brunel – Viola de arco (Viola) (6,9)
Miguel Ángel González – Violoncelo (Cello) (1,3,6,9)
Produzido por Carlos Peninha
Co-produção artística- Miguel Ângelo e Manuel Maio
Gravado nos estúdios CDM, por Miguel Ângelo, em Janeiro de 2023
Gravação de cordas, por Manuel Maio, em Abril e Maio de 2023
Apoio técnico e captação em gravações adicionais - Miro Carvalho
Mistura e masterização - Miguel Ângelo
Edição gráfica e ilustração - Mariana Marques
Fotografia- Luís Rito
Este projeto foi financiado e apoiado pelo Eixo Cultura programa municipal de apoios à Cultura do Município de Viseu.
All music by Carlos Peninha.
Strings arrangements by Manuel Maio
"Una nomina de músicos importante e um gran trabalho de composicion e arreglos onde nos mostra um pouco os vai venes emocionales vividos durante a pandemia de covid 19 (...) Tremenda a forma como soa a odisseia do guitarrista Carlos Peninha no Cd Tudo Começa agora."
Sérgio Cabanilhas no Blog Radiofónico Universos Paralelos 19/10/2023
universosparalelosradioshow.blogspot.com/2023/10/emision-19102023.html?fbclid=IwAR1RRtWoO91AZenrItZ9dcoFOMOV06geImfYO0qfsnEFxWVTRC2FoAd3tas
Crítica de Hélder Bruno Martins
“Tudo começa agora”… para quem não o conhecia antes…
A qualidade das produções musicais nem sempre é acompanhada do mediatismo que lhes seria merecido. Exigido, até. Felizmente, apesar do pouco mediatismo que lhes é dedicado, não significa que as obras e os artistas que as criam e lhes dão corpo - compositores, intérpretes, produtores, técnicos - não sejam merecedores de reconhecimento e respeito por quem com elas contacta e as sabe ouvir. Apreciar, no verdadeiro sentido do conceito.
É este o caso de Carlos Peninha: um músico completo, pleno; compositor e guitarrista (aliás, multi-instrumentista) com um conhecimento vastíssimo que domina tecnicamente em qualquer corrente estética e sempre com excelentes recursos musicais que se adaptam e enriquecem (o tal “bom gosto”, sofisticado e sem imposições, com segurança e discrição: da música de raiz tradicional popular à música improvisada).
Todavia, não será forçado dizer que Carlos Peninha é habitante dos territórios do jazz, com influências de outras estéticas, ali no estado jazz fusão. Mas jazz. Jazz a sério e sério. É isso que nos proporciona uma vez mais no seu último álbum: “Tudo começa agora. Este 4.º trabalho de Carlos Peninha foi lançado em setembro de 2023, está disponível em CD e nas plataformas digitais, e apresenta 10 composições de sua autoria e orquestrações de cordas assinadas por Manuel Maio, que também integra o trio de cordas e colaborou na produção artística juntamente com Miguel Ângelo.
Em “Tudo começa agora” estamos perante uma obra musical de excelência, desde logo - música jazz que não fica minimamente atrás do que internacionalmente se tem produzido. Não farei comparações com outras obras ou outros artistas porque seria simplista, redutor e até questionável. Sabe-se que é da natureza humana associar o que se ouve ao que já se conhece, a esse universo musical pessoal que cada indivíduo foi construindo. Seria indutor e injusto, uma vez que Carlos Peninha tem, mais uma vez neste álbum, a sua assinatura, identificável e inconfundível.
O álbum desenvolve-se como uma suite de 10 temas belos, alguns arrojados, com passagens complexas e belas, bem estruturados e fluidos, sem excessos, exibicionismos ou ostentações. Peninha arrisca na fusão tímbrica com frases em uníssono onde entram violino, viola d’arco e violoncelo. A este respeito julgo que as orquestrações de Manuel Maio, também elas com passagens arrojadas e de muito bom gosto, estão muito bem construídas, bem definidas na intenção interpretativa, nos efeitos timbricos e nos registos, para além da seleção dos recursos e das ideias que vieram acrescentar qualidade musical e valor estéticos à obra.
Para apreciar este trabalho é preciso ter a sabedoria de ouvir e sentir com o espírito. Se for ouvido com as orelhas primárias da razão, então, são exigidos recursos técnicos, musicológicos, que permitam uma avaliação séria e rigorosa. É que é cada vez mais difícil alcançar um espaço dentro de uma música assumidamente tonal, melódica e, ainda assim, fazer novo e bom. Como faz Peninha. Uma música que soa simples e que está muitíssimo longe de ser simplista. Antes pelo contrário: afinal, estamos perante um álbum cuja música possui grande complexidade: harmónica, melódica, na própria estrutura e na organização dos temas, nas ambiências, mas também na dificuldade na execução e na interpretação.
Para além da composição e das orquestrações é crucial reconhecer a importância (óbvia) da banda, que está perfeitamente enquadrada e coesa, segura. Cada um dos músicos revela dominar o instrumento, a estética e, acima de tudo, a linguagem do compositor Carlos Peninha. E este aspeto é fulcral para a qualidade constatável no álbum.
Para além da composição e da direção geral do trabalho, Carlos Peninha apresenta-se na guitarra elétrica. Nos saxofones, Rodrigo Neves; na flauta transversal, Luísa Vieira; Miguel Ângelo no contrabaixo; Leandro Leonet na bateria; Manuel Maio no violino; Vincent Brunel viola d’arco e Ángel González no violoncelo. A edição gráfica e a ilustração são assinadas por Mariana Marques e a fotografia é de Luís Rito.
“Tudo começa agora”… mas só para quem ainda não conhecia a música de Carlos Peninha.
Hélder Bruno Martins
doutor em etnomusicologia
investigador, consultor, músico
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